Da Bahia Para O Mundo: Pitty Leva Novo Projeto Aos EUA


Foto: Arquivo Pessoal/Pitty

Há quase 10 anos, Priscilla Novaes Leone (Pitty), nascida em Salvador/BA, chegou a São Paulo como uma jovem roqueira, com canções introspectivas e cheias de indiretas ao governo e ao mundo.

Seu álbum de estreia, Admirável Chip Novo (2003) seguiu a linha de pensamento do livro Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley. A obra narra um hipotético futuro onde as pessoas são pré-condicionadas biologicamente e condicionadas psicologicamente a viverem em harmonia com as leis e regras sociais, dentro de uma sociedade organizada por castas. Deixando uma marca na jovem sociedade, Chip Novo foi o impulso certo para um início de carreira.

Anacrônico (2005) segue a mesma ideia do álbum anterior, questiona o sistema e ironiza o governo, porém é mais maduro, trabalhado e pesado; traz uma Pitty com mais energia além da estreia do guitarrista Martin, que foi o “tempero especial” na receita do disco.

Já o Chiaroscuro (2009) é o mais diferente dos três discos. O álbum apresenta a Pitty como conhecemos hoje, mais sentimental, mais forte, podemos dizer até mesmo, mais mulher. A cantora trabalha com autoridade, nos deixando a seus pés, com uma sensualidade clássica, feminista, no melhor estilo Dolores Mary Eileen (vocalista do Cranberries).
Pitty, ainda tem dois trabalhos ao vivo, que incluem CD e DVD; o primeiro é o (Des)Concerto (2007), que retrata de maneira perfeita a tônica dos shows da banda em São Paulo; casas lotadas, um público insano e sempre fiel dobrando o quarteirão do finado Citibank Hall até a avenida Ibirapuera, cantando todas as canções em uma sincronia perfeita.
Se os shows da roqueira em São Paulo já são assim, o que dizer das apresentações no Circo Voador (Rio)? Provavelmente a casa na qual a banda tem mais identificação, tanto que foi lá que Pitty gravou seu segundo CD/DVD ao vivo, intitulado A Trupe Delirante (2011); com platéia reduzida, casa apertada e clima underground, o show leva o nível rock n’ roll do público ao extremo, com uma adrenalina que lembra os tempos em que o Circo era quase derrubado por fãs de Titãs, Barão Vermelho, Blitz, Legião Urbana e Paralamas, entre muitos outros.
Como se não bastasse, Pitty lançou recentemente o Agridoce, projeto no qual faz duo com o guitarrista Martin e mostra um som totalmente novo, também impactante e o melhor, simples. Com letras por ora ácidas e melodias leves. Como a própria compositora disse em entrevista, “surgiu despretensiosamente, Martin e eu dedilhando umas coisas no violão, meu piano por perto… começamos a fazer um som e decidimos gravar de forma caseira só pela experiência mesmo”.
Quem diria… A brincadeira de Pitty e Martin levou o Agridoce a participar de um dos mais importantes e conceituados festivais de folk do mundo: o South By Southwest (SXSW), um conjunto de apresentações de cinema e música que acontece todas as primaveras em Austin, no Texas (EUA).
Em sua participação, o Agridoce fez Pitty voltar às origens, de quando participava de eventos como uma desconhecida, apresentando seu novo som para um público que não poderia julgá-lo e nem compará-lo com seus trabalhos anteriores.
O Agridoce – que também conta com Luciano Malásia na percussão e Loco Sosa nos samplers e gravações – fez parte da faixa Sound Of Brazil, tocando na mesma noite de nomes como Tiê, Renato Godá,Thiago Iorc e Tita Lima. Bastante aplaudido, o Agridoce saiu de lá com a moral alta, dando autógrafos e com Pitty recebendo cantadas de todos os tipos de texanos da plateia.
Pitty mudou, foi de um disco puro e cru como o Chip Novo para um projeto totalmente original, bem trabalhado e alternativo como o Agridoce, levando ao mundo um lado da música brasileira que eles não conhecem; um lado que sequer nós, brasileiros, conhecíamos.
SHARE

Visitante!

Olá! Seja bem vindo, espero que gostem!

  • Image
  • Image
  • Image
    Blogger Comment

0 comentários:

Postar um comentário