O Blog o Esquema: Entrevista o Agridoce


Pitty e Martin trouxeram o Agridoce para o Festival João Rock aqui em Ribeirão Preto no último sábado. Entrevistei a dupla para uma matéria do jornal que acabou nem rolando. Por isso resolvi deixar por aqui esse, digamos, “outtake”. Vai na íntegra. (Note que o papo foi por e-mail, então a fluência das perguntas engasga um pouco em um certo ponto, mas nada que afete muito).
Leiam o papo.

O Agridoce tem um som bem intimista. Acham que isso funciona bem em festival? Vocês já se apresentaram em algum? Como foi?

Martin - Já tivemos algumas experiências em festivais, como o Recbeat em Recife e dois shows na Virada Paulista, e o resultado foi surpreendente. Não sabíamos se a coisa ia funcionar, pois idealizávamos sempre uma circunstância mais intimista e de proporções menores pros shows do Agridoce, mas conforme o trabalho do projeto foi ficando mais conhecido e nós fomos nos encontrando mais nesse formato a coisa tem ficado muito divertida e emocionante.

Pitty - É isso, o saldo final foi que valeu a pena ter passado por essa experiência e serviu para nos dar mais segurança para tocar em festivais.

Projetos paralelos geralmente são feitos em parceria com outros artistas. No Agridoce vocês só subtrairam metade da banda. É o suficiente para as ideias saírem com outro tom?

M - Na verdade acho que o que repercutiu mais nas idéias foi a escolha dos instrumentos. Mesmo no ambiente da banda já tínhamos o hábito de compor juntos, mas outro fator importante, também, é que a dinâmica no Agridoce é mais colaborativa.
P- E nem é que a gente subtraiu a outra metade, é que a coisa rolou naturalmente assim. Se não me engano, os meninos nem estavam aqui na cidade no período, ficamos só nós dois e acabamos fazendo essas músicas.

Como vocês acham que esse período tão diferente vai bater nos discos da banda?

M - Acho que o legado mais importante são as experimentações que deram certo durante o processo de gravação, é como se você aprendesse um golpe novo. Tivemos uma dinâmica muito relaxada e livre gravando esse disco, tocamos muitos instrumentos pela primeira vez e descobrimos novos sons e arranjos que vamos levar pra todos os nossos trabalhos futuros.
P- Com certeza tudo é aprendizado. É difícil saber como isso vai influenciar lá na frente até a hora de estarmos diante da situação, mas essa parte que Martin falou das experimentações e texturas foi um processo que começou já no Chiaroscuro, e acredito que seja uma coisa a se dar continuidade.

Vi que você definiu o projeto como um experimento e um exercício musical. Você gostou do resultado, anda gostando dessa produção? O exercício novo te levou para um caminho que você não imaginava?

P- Levou para um caminho totalmente novo e prazeroso. Foi como se aprofundar na essência do que é a criação, até porque não havia nada pré-determinado em termos de resultado, e nenhuma expectativa concreta. Foi um processo muito puro, muito visceral. Gostei de ter descoberto essa parte, e isso sempre fez parte da minha busca. Imagino que seja um caminho sem volta.

Para o disco do Agridoce vocês se isolaram em uma casa. Pretende repetir a experiência em um novo disco seu?

P - Foi essencial para este disco que ele tenha sido gravado dessa forma, mas também acredito que existam outros formatos e descobertas a serem feitas. Acho possível querer repetir essa experiência, como acho possível que também dê vontade de passar por alguma outra que ainda não passei. Tudo vai depender da vibe do disco e das composições que aparecerem. Isso é que deve dar o tom e mostrar o caminho da gravação.

Quem acompanha vocês no palco?

M - Somos acompanhados pelo Luciano Malásia (percussão) e Loco Sosa (programações). Nossa intenção é levar o máximo do clima do disco pro palco e como gravamos muita informação de ritmo e textura seria impossível pra nós dois reproduzir isso tudo.

Me conta sobre os últimos discos que você escutou. Vi no seu twitter, que você espera o momento certo para escutar certos álbuns. Gostou do novo da Patti Smith?

P - Ainda estou em processo de degustação, mas até agora gostei muito. Timbres muito bons, e parece ser mais musical do que os anteriores – que pareciam mais focados no texto. Escutei também recentemente o disco solo do Thurston Moore, bem bonito e experimental.

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